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quinta-feira, agosto 01, 2024

Quais são os investimentos que mais renderam em julho?

Num mês esquisito - digamos assim - para a renda variável, em que os ativos andaram sobre a corda bamba, o ouro ficou com a medalha de ouro em rentabilidade. O retorno no ativo no acumulado de julho alcançou 6%.

Num ambiente de aversão ao risco, sentimento que escalou nos Estados Unidos com o acirramento das tensões em torno da corrida presidencial, o ouro é um ativo bastante procurado.

O ouro funciona como reserva de valor. Uma espécie de "fundo de segurança", assim como o dólar. Então o metal também pode ser considerado um protetor de carteiras de investimentos e serve à reserva de riqueza para nações.

Isso porque quando o risco escala e todo o resto cai, o ouro costuma subir. É um movimento contrário do que adotam os ativos de risco, por isso contrabalanceia os riscos e pode proteger patrimônios.

Além disso, o ouro não é um ativo volátil, o que garante que, mesmo quando há perdas na commodity, elas não sejam significativas.

A medalha de prata em julho foi para a performance da carteira Valor-Coppead MV (Mínima Vacância), cesta com ações mais defensivas, aquelas que carregam menor risco e volatilidade.

O índice registrou alta de 5,5% em julho, refletindo o bom mês para as ações brasileiras - ainda que com algumas exceções. O começo deste segundo semestre pode ter marcado o ponto de virada nas bolsas neste ano. Pode. Algo que ainda pende mais para a torcida do que para a probabilidade de confirmação.

Mas o Ibovespa salvou seus ganhos dos últimos 31 dias. O índice que reúne as maiores e mais negociadas empresas da bolsa subiu 3% em julho, voltando ao patamar dos 127 mil pontos. Chegou a se aproximar dos 130 mil pontos neste mês, antes de perder a tração na última semana do mês.

Já em Nova York, depois do rali deste primeiro semestre, o movimento nos índices perde força. O Nasdaq fechou o mês com perda de 0,75%, puxado pelas grandes empresas de tecnologia, as tais "sete magnificas", que andaram não tão magníficas assim nesta temporada de balanços.

Dos índices mais conhecidos da B3, destacam-se os ganhos de:

Índice Small Cap (SMLLB3), indicador do desempenho médio das cotações de papéis das empresas de menor capitalização na bolsa, teve alta de 1,47% em julho;

Índice Imobiliário (IMOBB3), que mede o desempenho das ações do setor de imóveis e contrução listadas na B3 avançou 4,82% no mês;

Índice de Consumo (ICON3), que reúne papéis de empresas ligadas ao consumo teve ganhos de 1,99% no último mês;

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEB3), que acompanha uma carteira de ações das empresas que atendem critérios de sustentabilidade, anotou alta de 2,84% no mês;

- índice de ações Valor-Coppead Performance (BrIAIP20) subiu 4% em julho.

Bitcoin ainda fica com o ouro em 2024

Mesmo não tendo segurado o "cinturão" de ativo mais rentável no mês de julho, o bitcoin ainda lidera com folga o ranking dos ativos com os maiores retornos no ano. A criptomoeda já entregou cerca de 75,5% de retorno entre janeiro e julho.

A questão do bitcoin (e de qualquer criptomoeda) é que, assim como se ganha, também se perde. Por mais vistoso que esse retorno pareça no consolidado do mês, o percurso até ele foi bastante acidentado.Ou seja, a volatilidade do bitcoin é alta.

A diferença entre o preço mínimo e o máximo alcançado pela criptomoeda é de 30% só no mês de julho. Para se ter dimensão: até o dia 29 de julho, o ganho acumulado no mês pelo bitcoin estava em 9%. E viraram os 4% no consolidado até o fim do dia 31 de julho. Ou seja, perda de 5 pontos percentuais em menos de três dias.

Os cuidados com o bitcoin

Desde o fim de 2023, o bitcoin figura vez e de novo entre os ativos que mais renderam no mês. Em 2024, tem entregado o maior retorno mensal de forma consistente. E isso pode levar o investidor a um erro crasso: o de que criptomoedas são sinônimo de ganhos garantidos.

É do jogo desse mercado de risco elevado. Por isso, o investidor precisa saber que, na mesma que intensidade que se ganha também se perde. E rapidamente. São ativos considerados altamente arriscados e que são negociados 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Para investidores de perfil agressivo, ou seja, aqueles com bastante apetite por risco, a recomendação de especialistas é que a exposição da carteira a criptomoedas alcance no máximo uma fatia de 5%. Isto no caso do bitcoin.

Para criptomoedas menos líquidas (que tendem a ser até mais voláteis), a recomendação é ter uma exposição menor que 5% da carteira.

Investidores de perfil moderado podem se expor à classe via fundos multimercados, que tendem a ter alguma proteção na carteira, e fundos que acompanham índices (os ETFs) de criptomoedas.

Já os investidores conservadores devem passar longe dessa classe. Independentemente de quanto esses ativos rendam no mês.

Fonte: https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/bolsas-e-indices/noticia/2024/07/31/