Espaço Acabamantos

Compartilhar

domingo, janeiro 07, 2024

1 em cada 3 cidades tem mais motos que carros; veja a situação de cada município de nossa região

Uma em cada três cidades brasileiras tem mais motos registradas do que qualquer outro tipo de veículo motorizado.

Segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) de setembro de 2023:

Em 1.903 cidades, a moto é o veículo mais registrado.

Em 3.665, o carro fica no topo da lista.

Em apenas uma, Carmésia (MG), o ônibus lidera. A distorção é decorrente da existência de uma empresa de viagem de ônibus no local, o que aumenta o número de registros de emplacamento desse tipo de veículo por lá.

Além de carros e motos, os dados da Senatran consideram também caminhonetes, caminhões e outros tipos de veículos.

As motos são ainda mais populares no Norte do país. Na região, 8 em cada 10 cidades têm mais motos registradas do que carros ou qualquer outro veículo. No Nordeste, 7 em cada 10 motos.

Explosão de motos desde 2003

O número de motos registradas no Brasil cresceu mais de 5 vezes nos últimos 20 anos: de 5,7 milhões de veículos em 2003, saltou para 21,9 milhões em 2013 e para 32,3 milhões em 2023 (até setembro).

A quantidade de carros também subiu, mas em um ritmo menor. De 26,6 milhões para 76,3 milhões – quase triplicou.

Essa diferença fez com que as motos passassem de 16% da frota de veículos automotores (em 2003) para quase 28% (em 2023).

Em números absolutos, porém, o Brasil continua a ter mais carros do que motos: 64% da frota brasileira ainda é de quatro rodas.

Com a orientação de especialistas, foi considerado como "carros" os veículos que estavam registrados no banco de dados como "Automóvel", "Caminhonete", "Caminhoneta" e "Utilitário".

Os registros "Motocicleta", "Motoneta", "Ciclomotor" e "Triciclo" foram considerados como "motos".

Para especialistas três fatores estão por trás do aumento da proporção de motos na frota brasileira

- COMPRAR MOTO SAI MAIS BARATOo pesquisador do Instituto de Pesquisa Avançada (Ipea) Rafael Pereira afirma que aumento da renda nas últimas décadas criou o contexto ideal para a compra de motos. "A população de classe baixa quer sair do transporte público e tem duas opções: ou compra carro ou compra moto. Como a moto é mais barata, acaba sendo mais atraente para uma parcela dessa população", disse.

- CARRO POPULAR SUMIUanalista do setor e ex-diretor de montadoras como Ford e Volkswagen, Flavio Padovan ressalta que o preço dos carros subiu e o carro popular "sumiu" do mercado. "Nós já chegamos a ter 3,5 milhões de veículos vendidos [carros comerciais leves] por ano, e hoje estamos rodando em 2 milhões. Ou seja, 1,5 milhão de consumidores sumiram", afirmou ele. De acordo com a Bright Consulting, de 2016 até agora o preço médio dos veículos vendidos no Brasil subiu de R$ 19 mil em 2016 para R$ 138,6 mil em 2023.

- PLATAFORMAS DIGITAISaplicativos de entrega também são citados como um dos responsáveis pelo atual cenário. "Principalmente durante e após a pandemia [de Covid-19], notamos um aumento significativo do licenciamento de motos, principalmente devido aos serviços de logística de last mile [etapa final, em que produto é entregue ao cliente] e entregas de comida e pequenos objetos", avalia Paulo Miguel Júnior, conselheiro gestor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).

Em Brás Pires a situação é a seguinte: veículo mais comum é o  automóvel, que equivale a 51.45% da frota do município.

Já em Divinésia o veículo mais comum também é o automóvel, que equivale a 53.23% da frota do município.

Em Dores do Turvo o veículo mais comum é o automóvel, que equivale a 47.5% da frota do município.

No caso de Presidente Bernardes a situação se inverte, pois o veículo mais comum é a moto, que equivale a 53.1% da frota do município.

Senador Firmino apresenta também a maioria dos veículos sendo a moto, que equivale a 48.68% da frota do município.

Fonte: https://g1.globo.com/carros/noticia/2024/01/06/