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domingo, outubro 24, 2021

Cicloturismo: para contemplar e descobrir as paisagens naturais de Minas

 


A Ciclo Jacutinga é um conjunto de 15 percursos circulares, que somam 678 km. Os trajetos entre cada uma das cidades, que têm em média 50 km, chegam à altimetria de 1.600 m. Ela se inicia e termina em Santa Rita de Jacutinga e abrange dois Estados (Minas e Rio), duas regiões (Serras do Ibitipoca e Vale do Café), sete municípios e dez vilas.

“Criei a rota por conta do crescimento da procura pelo cicloturismo na região”, conta Gil Cunha, que, além de ciclista, é secretário municipal de Cultura e Turismo. “Ela se encaixa perfeitamente na nova tendência do turismo na pandemia”. Pelos trajetos, estão 15 cachoeiras, picos, mirantes, beleza cênica, fazendas históricas e rico patrimônio cultural.

“Queremos transformar Santa Rita na capital do cicloturismo no Brasil”, ambiciona o idealizador da rota, que já firmou parceria com o grupo Pedal Duro. Outro objetivo é gerar renda para as comunidades rurais e envolver a população no projeto. “O desejo é que o cicloturismo seja, no futuro, uma das principais atividades da cidade”, enfatiza.

A Ciclo Jacutinga já nasce com três recursos: mapeamento por GPS para ser baixado em aplicativo em celular, planilhas de navegação que podem ser impressas para orientar os ciclistas e placas de sinalização. Por esse motivo, o roteiro é autoguiado, ou seja, pode ser percorrido sozinho ou em grupo.

Para a professora e ciclista Solange Teodoro de Almeida, 49, o cicloturismo é uma higiene mental e dá sensação de liberdade. "Todo dia você se desafia". resume. Das 15 ciclorrotas da Ciclo Jacutinga, ela percorreu duas, mas "tem as outras de cor na cabeça". "A gente nunca sabe o que vai encontrar pelo caminho";

Dos trechos que percorreu, ela destaca as microrrotas da Bandeira e do Boqueirão. Muitas das trilhas levam até atrativos interessantes, como a Pedra Lisa. à serra do Pacau e à fazenda Santa Clara. E os caminhos se multiplicam para se chegar a cada um deles.

As trilhas também levam às cachoeiras, como Véu da Noiva, do Batismo, do Boqueirão e da Bandeira (que atualmente está fechada), todas ótimas para um banho refrescante. As atrações na Ciclo Jacutinga segundo Solange, são infinitas e os cenários, deslumbrantes. Ela inclusive recomenda fazer os percursos na companhia de um guia.

Serras Verdes

Em processo de criação, o Circuito Serras Verdes de Cicloturismo foi impulsionado pelo aumento da demanda na pandemia. Com percurso de 700 km, três rotas devem ligar as 20 cidades associadas. “Estamos criando uma avenida do Contorno no Sul de Minas”, brinca Clodoaldo Antônio Costa, gestor do Circuito Turístico Serras Verdes do Sul de Minas, com sede em Córrego do Bom Jesus.

Os percursos foram batizados com nomes de cores. Dos três previstos, o Marrom – A Força da Terra –, que envolve as cidades de Congonhal, Senador José Bento, Tocos do Moji, Estiva, Consolação, Paraisópolis, Conceição dos Ouros e Cachoeira de Minas, é um projeto-piloto e, antes de ser inaugurado, em novembro, será testado por ciclistas.

As rotas foram divididas de quatro a seis etapas, com percurso, em média, de 50 km por etapa. O Verde – O Esplendor das Matas –, previsto para começar a operar em dezembro, inclui os municípios de Córrego do Bom Jesus, Gonçalves, Sapucaí-Mirim, Extrema e Camanducaia. De altimetria mais elevada, atravessa ainda o distrito de Monte Verde.

O Azul – O Fascínio do Céu – aproveita todo o potencial astronômico da região, considerada pelos estudiosos no assunto como “o céu mais limpo do Brasil”. Bueno Brandão e Senador Amaral, que fazem parte do percurso, ao lado de Cambuí, Bom Repouso, Munhoz, Toledo e Itapeva, devem abrigar dois projetos de observatórios astronômicos.

Santo Antônio do Monte

Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste de Minas, é outra cidade que abraçou o cicloturismo com a criação, neste ano, do Eco Park Samonte na área urbana, com 4 km de trilhas, e a preservação de mais de 15 trilhas no entorno do município. Os percursos, interligados, variam entre 1.200 m e 8 km.

Cerca de 60% das trilhas já foram demarcadas com totens pela administração municipal, com informações desde o meio de transporte até altimetria do terreno e nível de dificuldade. Muitas das trilhas também já estão sendo catalogadas e mapeadas para serem baixadas no aplicativo Strava.

As trilhas levam à comunidade rural Espraiado do Veloso, cercada por outras pequenas trilhas próximo às cachoeiras. Para conhecê-las guiado por ciclistas da região, é necessário agendamento na Secretaria Municipal de Esportes, conforme informa Renato Silva Santos, responsável pela pasta.

“O cicloturismo é uma vocação que aflorou espontaneamente na cidade pelas nossas características naturais e exatamente por isso foi abraçada pelo poder público como um forte potencial para o desenvolvimento turístico local e regional”, afirma Ismael Henrique Costa, secretário Municipal de Cultura e Turismo.

Serviço

Ciclo Jacutinga
Percurso: 678 km
Site: Clique aqui.
Cidades: Santa Rita de Jacutinga, Bom Jardim de Minas, Passa Vinte e Rio Preto (MG) / Valença, Barra do Piraí e Barra Mansa (RJ)

Circuito Serras Verdes de Cicloturismo
Percurso: 690 km (total), Rota marrom (190 km), Rota Verde (260 km) e Rota Azul (240 km)
Site: Clique aqui.
Cidades: Rota Marrom (Congonhal, Senador José Bento, Tocos do Moji, Estiva, Consolação, Paraisópolis, Conceição dos Ouros e Cachoeira de Minas), Rota Verde (Córrego do Bom Jesus, Gonçalves, Sapucaí-Mirim, Monte Verde, Extrema e Camanducaia) e Rota Azul (Cambuí, Bom Repouso, Senador Amaral, Bueno Brandão, Munhoz, Toledo e Itapeva).

Foto e texto transcritos de https://www.otempo.com.br/turismo