O maior pólo moveleiro de Minas Gerais enfrenta uma
crise devido à redução nas vendas nos últimos meses, segundo reportagem do
MGTV. Em Ubá, na Zona da Mata, três fábricas fecharam e mais de duas mil
pessoas perderam o emprego na região. Na cidade, quase 40% da população
economicamente ativa trabalha no setor de móveis, mas as demissões já estão
afetando o comércio de outras áreas.
Ainda de acordo com a matéria do MGTV, ao todo o
pólo moveleiro emprega mais de 17 mil trabalhadores em 321 indústrias, que
estão distribuídas em nove cidades, incluindo Ubá. Estes municípios contavam
com o crescimento de 7% nas vendas, mas a queda de 10% pegou os empresários de
surpresa. A vendedora Elizângela Souza foi uma das afetadas pela crise. Ela
perdeu o emprego junto com outras 80 pessoas em uma mesma fábrica. “Foi muito
triste, porque ninguém esperava. Os patrões simplesmente disseram que as vendas
estavam fracas e precisavam mandar o pessoal embora”, contou.
Segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das
Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Pires, o setor de móveis
sente mais a queda nas vendas porque as pessoas priorizam outros compromissos,
como a contas de consumo. “O funcionário pensa em não se endividar, porque não
sabe se terá um emprego na próxima semana ou no próximo mês”, disse.
O comerciante Dimas Urgal já teve mais de 100
cheques devolvidos desde o início da crise. Ele culpa a falta de emprego dos
clientes. “Ninguém consegue receber. É uma coisa muito triste para a cidade de
Ubá. Com as fábricas fechando, os funcionários não podem pagar. Fica todo mundo
sem receber, sem trabalhar. Fica tudo parado”, explicou.
Transcrito
do Porta G1 – Zona da Mata