![]() |
O brasileiro estava preso na Indonésia desde 2004 |
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53
anos, foi executado na madrugada deste domingo 18/01 na Indonésia– 15h31 deste
sábado (17), pelo horário de Brasília. O método de execução de condenados à
pena de morte no país é o fuzilamento.
O instrutor de voo livre havia sido preso em 2004,
ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de
uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional
de Jacarta. Archer conseguiu fugir do aeroporto, mas duas semanas depois acabou
preso novamente. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de morte.
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota em que
disse estar “consternada e indignada”com a execução do brasileiro Marco Archer
Cardoso Moreira na Indonésia. O embaixador do Brasil em Jacarta, segundo a
nota, será chamado para consultas.Além do brasileiro, foram executados na ilha
de Nusakambangan, Ang Kiem Soe, um cidadão holandês; Namaona Denis, um
residente do Malawi; Daniel Enemuo, nigeriano, e uma cidadã indonésia, Rani
Andriani. Outra vietnamita, Tran Thi Bich Hanh, foi executada em Boyolali, na
Ilha de Java.
Questionado sobre outros brasileiros anteriormente
condenados pelo mesmo motivo na Indonésia e que conseguiram se livrar da pena
de morte, Vianna destacou que, no período, as penas não eram tão rígidas com
relação às drogas. Explicou ainda que a legislação foi mudada há uns 15 anos.
"A Indonésia é um país tranquilo, bem aberto,
mas eles são muito restritos com relação às drogas. Se a pessoa for pega com um
cigarro de maconha, ela vai ser presa e está arriscada a passar até oito anos
na cadeia", afirmou. Ele acrescentou que há 138 pessoas para serem
executadas – metade são estrangeiras.
As leis da Indonésia contra crimes relacionados a
drogas estão entre as mais rígidas do mundo e contam com o apoio da população.
"Com isso [as execuções], mandamos uma mensagem clara para os membros dos
cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes", relatou à
imprensa local Muhammad Prasetyo, procurador-geral da Indonésia.
Além de Marco Archer, outro brasileiro aguarda no
corredor da morte da Indonésia, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, também
por tráfico de cocaína.
Na linguagem diplomática, chamar um embaixador para
consultas representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador.
Na sexta-feira, a presidente Dilma fez um apelo por telefone ao governante da
Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida de Archer, mas não foi atendida.
Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer,
“pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos
brasileiros foi garantido o devido processo legal”, segundo nota da
Presidência.
O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese,
reuniu-se, em Brasília, com o embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto,
para manifestar a “profunda inconformidade” com o fuzilamento. O Itamaraty
voltou a dizer que o cumprimento da sentença de morte representa uma “sombra”
nas relações entre os países.
Antes da execução, em entrevista à GloboNews, o
ex-cônsul do Brasil em Bali Renato Vianna explicou que Archer e os demais
condenados à morte seriam transferidos para um lugar próximo à penitenciária e
depois fuzilados por 12 atiradores.
Qual a sua opinião sobre a execução do brasileiro na
Indonésia? Vá até a página do Jornal Usina de Eventos no Facebook e deixe o seu
comentário.