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segunda-feira, julho 01, 2024

Reprodução na Pecuária Leiteira: O Que Precisamos Saber?

João Marcelo é graduando em Medicina Veterinária pela UFJF.

A pecuária de leite é uma das atividades econômicas mais relevantes de Senador Firmino, onde a maior parte da produção é oriunda da agricultura familiar. De acordo com informações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), atualmente o município possui um rebanho bovino de 5.484 cabeças, das quais 1.748 são vacas leiteiras, gerando um valor diário de 7.281 litros de leite. Esse montante resulta em um faturamento de 20.388 mil reais, valor que constitui uma parcela importante do Produto Interno Bruto (PIB) do município. Além disso, a atividade leiteira proporciona emprego direto por meio da produção e indireto pela venda de insumos para a cadeia produtiva do setor. Apesar de sua importância, a atividade enfrenta desafios, como, aumento dos custos de produção e ausência de mecanismos de garantia de preço, assim como na maior parte do Brasil. Soma-se a isso a utilização inadequada de técnicas de criação. Neste item, vale destacar as dificuldades que alguns produtores podem ter com o manejo reprodutivo do gado, algo que pode impactar a contínua melhoria da atividade, o lucro com a venda de animais e até mesmo a própria lactação seguinte. Este manejo deve ter como ponto de partida, o conhecimento por parte de criadores e técnicos da eficiência reprodutiva do rebanho leiteiro, informações organizadas dos animais, como calendário de previsão e intervalo de partos, e período de serviço, além dos aspectos de sanidade envolvidos na reprodução. Ter acesso a estes dados tornaria possível orientações técnicas mais direcionadas e assertivas para a reprodução na fazenda. Em uma pesquisa realizada com produtores de leite no Sudoeste do Paraná, trinta e seis por cento dos entrevistados declararam comprar animais de fora da propriedade e mais da metade não realizava exames para a detecção de doenças reprodutivas no gado recém adquirido. Essa prática de reposição sem verificação da sanidade dos animais adquiridos é uma das principais formas de introdução de doenças no rebanho. A mesma pesquisa constatou que alguns criadores usavam a monta natural como método de reprodução e muitas vezes era comum o empréstimo de touros reprodutores entre vizinhos. Sem dúvida alguma, um risco considerável para a disseminação de doenças. O conhecimento dos produtores sobre problemas reprodutivos do rebanho pode variar significativamente de acordo com fatores, como: acesso à informação, assistência médico veterinária; disponibilidade de cursos técnicos; investimento em sanidade animal, tempo dentro da atividade e até mesmo perfil pessoal para a busca de conhecimento. A combinação positiva destes fatores irá resultar na adoção de técnicas como realização de exames, utilização adequada de medicamentos e vacinas, e inclusive perceber quando o manejo reprodutivo dentro da propriedade não está adequado. Mas qual é o primeiro passo a ser dado na solução deste problema? Sem dúvida alguma avaliar o atual grau de conhecimento dos produtores do município com relação ao manejo reprodutivo do rebanho leiteiro. Um trabalho relativamente simples, mas que sem dúvida é a base segura para propor soluções direcionadas para o desenvolvimento desta atividade econômica. Este primeiro movimento possibilita organizar e disponibilizar as informações sobre a reprodução na pecuária do município. A partir dele os produtores e profissionais envolvidos na cadeia produtiva do leite de Senador Firmino conseguirão reconhecer os principais problemas que afetam a reprodução de seus rebanhos e a partir deste ponto buscar soluções para a melhoria da atividade.

Autor: Firminense João Marcelo Fernandes Assis, filho da Prof. Helimar e Carlos de Assis

Formação: Graduando em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.