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domingo, dezembro 01, 2019

Jogos de futebol aumentam incidência de infarto em torcedores: veja como se proteger


Você é do tipo de pessoa que ama futebol, mas vive se estressando com o seu time? Pois é, em época de finais de campeonatos as emoções ficam à flor da pele e haja coração para enfrentar os gols, faltas e pênaltis. No entanto, toda essa excitação causada pelos jogos pode acabar afetando a saúde cardíaca dos torcedores.
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto descobriu que o índice de pacientes sofrerem um infarto é de 4% a 8% maior durante a Copa.
O estudo verificou a incidência de infarto de 1998 até 2010, ou seja, durante 4 copas do mundo. Para investigação, os pesquisadores observaram dados do DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), para analisar quantos infartos ocorreram durante esses anos.
Outro estudo realizado durante a Copa do Mundo na Alemanha, em 2006, mostrou que incidência de emergências cardíacas entre torcedores alemães durante as partidas da seleção daquele país cresceu mais de 2,6 vezes.
"Aparentemente, o mais importante para desencadear um evento ligado ao estresse não é o resultado de um jogo, vitória ou derrota, mas a intensa tensão e excitação experimentada durante um jogo dramático, por exemplo, um jogo com cobrança de pênaltis", escreveram os pesquisadores no The New England Journal of Medicine, onde o estudo foi publicado.
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue que leva ao miocárdio (músculo cardíaco) é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra.

Como se proteger?

Em 2014, um torcedor mineiro faleceu após um infarto durante a partida entre o Brasil e o Chile. Já em 2010, após a derrota do Brasil para a Holanda, notou-se um aumento de 28% dos atendimentos por infarto nos prontos-socorros.
De acordo com Pedro Gregorio Mekhitarian, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, existem algumas dicas que podem ajudar você a proteger o coração nos jogos, são elas:
1. Vá ao cardiologista com regularidade: ter os exames em dia é importante para avaliar o risco cardíaco em decorrência do estresse. Ir ao médico regularmente para um check up permite que o especialista recomenda ações específicas para se proteger de eventos cardiovasculares durante situações de estresse.
2. Controle a pressão arterial e o colesterol: quem tem pressão e colesterol altos precisa seguir as recomendações do cardiologista e, se medicamentos forem prescritos, tomá-los com regularidade.
3. Pratique atividade física: o exercício físico é um excelente protetor de doenças cardíacas, mas só funciona se for feito com regularidade e moderação. Além disso, quem é sedentário deve consultar um médico antes de começar alguma modalidade esportiva.
4. Lembre-se que é apenas um jogo: é preciso separar as emoções, já que sofrer um gol faz parte do roteiro, assim como perder a partida. Respirar fundo e de forma pausada durante a partida pode ajudar a reduzir o estresse.
5. Não exagere na bebida alcoólica:o álcool em excesso é inimigo do coração. Além disso, energéticos também são nocivos e, quando em combinação com o álcool, podem ser perigosos. Evite.
Além disso, torcedores que já sofrem com o estresse dos jogos ou com maior risco de ataque cardíacos não devem assistir às partidas sozinho. Aos primeiros sinais, como dor no meio do peito e se espalhando para o braço, a pessoa deve acionar imediatamente o Samu, pelo telefone 192, ou o corpo de bombeiros, pelo 196.
Caso a pessoa esteja desacordada e irresponsiva e não tenha ninguém habilitado que saiba usar um desfibrilador automático externo, inicie os procedimentos de reanimação cardíaca enquanto a emergência não chega. Muitas pessoas deixam de atender pessoas em parada cardíaca pois não querem realizar respiração boca a boca, no entanto, desde 2010 a American Heart Association afirma que socorristas leigos não precisam realizar tal procedimento. Dessa forma, a reanimação cardíaca envolve apenas compressões no peito. Siga o passo a passo:
- Com as mãos espalmadas e cruzadas, pressione o tórax exatamente no centro do peito, entre os dois mamilos
- É preciso comprimir forte (5 centímetros de profundidade aproximadamente), rápido e deixar o tórax relaxar entre as compressões. A American Heart Association disponibiliza um vídeo mostrando que é possível sincronizar o intervalo das compressões com a música Stayin' Alive, da banda Bee Gees ou a Marcha Imperial do filme Guerra nas Estrelas (Star Wars). 
Escrito por Beatriz Caetano - Redação Minha Vida