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segunda-feira, junho 05, 2023

Pesquisa desenvolvida na UFV fez com que Viçosa se tornasse capital do doce de leite


A cidade de Viçosa foi nomeada em maio deste ano como a Capital Estadual do Doce de Leite em Minas Gerais. Tal fato não teria ocorrido sem as pesquisas feitas nos laboratórios da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a parceria para desenvolvimento do produto.

Além de tornar a cidade capital do doce de leite, o produto, que conquistou muitos consumidores, também já foi reconhecido como interesse cultural de Minas Gerais pela Assembleia Legislativa, o que o se assemelha como uma classificação de patrimônio.

O Doce de Leite Viçosa é produzido na UFV, em parceria com a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), desde 1980 e a história dele começou em um laboratório que foi criado há quase 52 anos para apoio às aulas práticas da universidade e se transformou no Laticínio Escola.

No local, o doce de leite mais famoso do Brasil ganhou escala industrial sem perder o sabor e a qualidade, garantidos pelo apoio técnico-científico de pesquisas da UFV, a qualidade da matéria-prima e a parceria com produtores rurais da região, que fornecem o leite para a produção.

De acordo com a UFV, mensalmente são produzidos cerca de 115 mil quilos de doce de leite, comercializados em todo o país e há estudos em andamento para futura exportação. O produto está disponível nos sabores natural, com cacau, com coco e com café.

A qualidade única do produto, reconhecida por dez vezes como o melhor do Brasil no Concurso Nacional de Produtos Lácteos, o transformou em um símbolo da cidade e, gradativamente, de Minas Gerais.

Pesquisa e tecnologia

Em entrevista, o reitor da UFV, Demetrius David da Silva, destacou que a tecnologia para produção do doce de leite foi desenvolvida através de pesquisas. Ele explicou ainda que o retorno financeiro com a venda do produto é investido em novos projetos e estudos na instituição.

"Esse reconhecimento e parceria é algo que nos orgulha muito e faz com que a gente tenha convicção de que todo o trabalho realizado vale a pena. Hoje nós temos uma mini fábrica, usada por alunos para realização de aula prática e projetos de extensão a fim de oferecer mais capacitação para os estudantes. Como a Fundarbe é uma organização sem fins lucrativos, toda a receita é revertida para a criação de programas como bolsas de extensão e pesquisa".

O professor Rodrigo Gava, diretor-presidente da Funarbe, destacou que embora o doce de leite atualmente seja industrializado, ele conserva o sabor artesanal, que é o tradicional sabor mineiro.

"Dessa forma, não há como pensar em Doce de Leite Viçosa sem pensar em cultura, em inovação, em qualidade e em conquistas e reconhecimentos. Assim, chegamos a um doce de leite que não é somente como uma sobremesa, mas um valioso presente! Levá-lo como uma lembrança da cultura mineira, virou tradição entre amigos e familiares".

Capital do Doce de Leite

A cidade de Viçosa se tornou a Capital Estadual do Doce de Leite em Minas Gerais através de uma lei que concede o título foi publicada no último dia 9 de maio no Diário Oficial do Estado. A proposta, do deputado estadual Coronel Henrique (PSL), havia sido aprovada anteriormente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Para a titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Rita Rodrigues, o título valoriza a história e a cultura da de Viçosa, além de incrementar o turismo na cidade.

“Em Viçosa há diversos produtores de leite e, diante disso, reconhecer esse título de forma estadual, torna-se tão imprescindível”, completou.

O Projeto de Lei nº 632/2019 deu entrada na ALMG para que o famoso Doce de Leite Viçosa se tornasse um patrimônio imaterial do estado, mas o parecer da Comissão de Cultura da Assembleia afirmou que a atribuição de declarar patrimônio cultural é privativa do Executivo.

Com isso, a ALMG recebeu um substitutivo do PL, que "reconhece como de relevante interesse cultural o processo de fabricação do Doce de Leite de Viçosa". A alteração foi aprovada pelos deputados e, posteriormente, se tornou a Lei nº 24.033, em janeiro de 2022.

Fonte: G1 - Zona da Mata